lunes, 24 de septiembre de 2007

Vamos subir?



São 55 edifícios como este. Imponentes por sua arquitetura, esses blocos de 150 apartamentos cada podem ser vistos de várias partes da cidade. Basta olhar pra cima e lá estão eles, dividindo espaço com milhares de pequenas casas, todas sem pintura, mal construídas e sem infra-estrutura. Estamos ao lado de 500 mil habitantes, na paróquia ’23 de enero’, uma das maiores favelas de Caracas.

“Están ciertos de que ván al 23 de enero? Chamos, muito cuidado. Allá es muy peligroso”, alertaram alguns venezuelanos.

Mas não deu pra resistir. Sexa-feira, 21 de setembro, visita marcada.

A história da paróquia está nas ruas, nos muros, no rosto dos moradores e nas marcas de tiros nas paredes de muitas construções. Tratada pelos governos anteriores como uma região ‘problemática’, a favela coleciona homenagens a mortos como o nicaraguense Alex, fuzilado pela Polícia Metropolitana em 11 de abril de 2002, dia do golpe de estado que tirou Chávez do poder. Todo o 23 de enero desceu ao Palácio Miraflores para protestar. (Esse é um dos grandes orgulhos da comunidade: ter feito coro nas ruas pelo retorno do presidente).

Mas os duros conflitos com a polícia são coisas do passado. Faz tempo que ela não tem voz no 23. O último vestígio dessa repressão, uma delegacia localizada no início do morro, foi tomado pelos moradores. As grades cederam espaço aos estúdios da rádio comunitária ‘Al son del 23’ e o antigo estacionamento de viaturas virou uma oficina de informática.

Alerta

A hospitalidade agrada e espanta o medo. Apesar do olhar desconfiado da maioria, a subida é tranqüila. Todo mundo quer falar e explicar “como la vida ha cambiado con el hermano Chávez en el poder”.

Enquanto o neto assiste à Ávila Tv - uma das emissoras comunitárias do governo – Gladyz Zapata e a cunhada Angélica Cedeño não escondem na entrevista a saudade das novelas da RCTV. “Mas se o presidente decidiu assim, ele deve ter razão”, lamentam. Elas também garantiram que não perdem nenhum ‘Alô, presidente’, programa dominical de Chávez.

Ali do lado, enquanto conversamos, traficantes negociam cocaína, cheios de bolívares nas mãos. A cena pode ser apreciada até eles decidirem nos expulsar do local. É melhor descer e voltar pra casa.

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6 comentarios:

Anónimo dijo...

Como é difícil ler o que escreveu,e não preocupar.Cuidado,estou anciosa para voltar.beijoss.
Mãe Tani.

Anónimo dijo...

Eta mãe coruja e preocupada.
Ótimo texto....
Saudades. Beijos. Narjara

Anónimo dijo...

Oiiiiiiiiiiii e ai Juninho, nossa que legal vc ai, espero q dê tudo certo...BJIM e até a volta..
Fernanda ( GMOR)

Tattiana Teixeira dijo...

parabéns, Rosalvo. Sucesso por aí !

Anónimo dijo...

Nossa!!!
É impressionante ver como a desigualdade social desse país se assimila ao nosso. Ao ler seu relato temos a impressão que estamos vendo a realidade das favelas de nossas grandes metrópoles( maioria oprimida) x elite(minoria privilegiada). Até quando iremos presenciar a tirania desse mundo tão desigual?
Suas matérias estão muito significativas...
NoS leva a refletir enquanto cidadãos ...o que temos feito para tornar este mundo mais humano?
Valeu!!!
Beijocas!!!
Que Deus o abençoe!
Madrinha Elenice

DA URUSSANGA dijo...

fio, tem hora que é melhor descer mesmo.... umas linhas a menos mas a própria cabeça a mais...
beeeijo se cuida ae